quinta-feira, 12 de junho de 2008

Ser DIFERENTE!!!

Certo dia, enquanto Mimocas, a minhoca mais divertida, se sentia triste, todas as suas amigas dormiam, sonhando com príncipes e princesas, fadas e duendes.
A sua tristeza foi aumentando, enquanto o tempo passava e os sonhos cresciam.
Assim, e sem ninguém dar por ela, Mimocas abriu novo caminho e desapareceu.
Durante o seu percurso, Mimocas encontrou um recanto, desconhecido por todos, e deixou-se ficar.
Passaram-se dias e noites!
Muito sol e muita chuva houve!
Mas só ao fim de alguns dias, as amiguinhas de Mimocas acharam que algo estava diferente. E assim era! Mimocas tinha desaparecido e a alegria de todos os dias tinha ido com ela. O sorridente “Bom Diaaaa!!!”, dado por Mimocas, fizesse sol ou chuva, já não se ouvia. As pequenas partidas pregadas nos momentos mais silenciosos, tinham deixado de existir.
Afinal, que teria acontecido?
Um pânico geral instalou-se na comunidade minhoqueira.
Mimosa andava triste. Mimicas, chorava todos os dias. Miminho, já não queria comer. A tristeza era geral.
Enquanto tudo isto se ia desenrolando na comunidade minhoqueira, Mimocas continuava a pensar na sua tristeza. Perguntava a si próp
ria:
- Mas porque tenho de ser tão diferente de todas as outras minhocas? Porque tenho de ser de todas as cores?
E continuava a afirmar:
- Eu quero ser igual a todas as outras! Ou só castanha! Ou só rosa! Não quero mudar de cores como um camaleão! Se estou triste fico azul! Se envergonhada estou, vermelha me torno! Quando estou doente, verde me vejo! Se gosto de alguém, laranja me ponho! Se estou triste… amarela fico! Quero ser castanha! Ou simplesmente, rosa!
Bom, ao fim de todos aqueles dias, e conversando para com as minúsculas areias que estavam à sua volta, Mimocas não conseguiu resolver o problema. Mas uma coisa começava a acontecer. Mimocas tinha saudades de casa. Tinha de voltar!
E assim foi!
Mimocas seguiu caminho, e ao fim de algumas horas estava de novo em casa.
Tal como tinha acontecido no dia em que fugiu, as suas amiguinhas estavam a dormir em soninhos profundos e não deram pelo seu regresso.
Assim que acordaram, repararam que uma minhoquinha amarela estava junto delas a dormir. Quem seria? Uma nova amiguinha? Não! Não podia ser! Ali todos se conheciam! Que bom! Só podia ser Mimocas!
- Mimocas está de volta! – gritou Miminho.
- Voltou! – exclamava Mimosa.
Que alegria! Que satisfação!
Com toda esta agitação de felicidade, Mimocas acabou por acordar e assustou-se, pois ao abrir os seus olhitos, estavam todos á sua volta, com olhos bem arregalados de satisfação e felicidade.
- Porque te foste embora? - perguntavam uns.
- Porque fugiste? – perguntavam outros.
Mimocas começou a mudar de cor. Ficou roxa. Nunca ninguém tinha visto essa cor em Mimocas. Por isso, o “OOOOHHHHH!!!!!” de espanto foi geral.
- Porque estão tão espantados?- perguntou Mimocas.
- Tu estás roxa!- exclamou Mímicas.
- Roxa? ?!! Outra cor não! Não quero mais cores!!! – exclamou desesperada Mimocas.
- Porquê? – perguntaram todos em coro.
- Porque quero ser como vocês. – afirmou Mimocas.
- Queres ser simplesmente rosa? – perguntou Mimosa.
- Queres ser simplesmente castanha? – perguntou Mímicas.
- Mas que piada tem isso? Qualquer uma de nós adoraria conseguir mudar de cor! – declarou Miminho.
- A sério? – disse Mimocas espantada.
- SSSIIIMMMMMM!!!!!! – afirmaram todos em coro.
Pois é!
Afinal, Mimocas era especial. Todos adoravam as suas cores, pois eram elas que davam vida à comunidade. Eram elas que tornavam Mimocas tão divertida! Por isso, a partir desse momento, todos os anos nesse dia, todos se pintavam da cor que mais desejavam. Uns azuis, outros, amarelos, outros vermelhos, outros laranja… outros ainda roxos. Outros, verdes e vermelhos às riscas. E Mimocas, ou se pintava de castanho ou rosa, como sempre tinha desejado.
A partir daí, as coisas tornaram-se muito mais divertidas e nunca havia espaço para tristezas, pois todos aprenderam que o mais importante é saber respeitar as diferenças.